25 de jun. de 2008

/NOTÍCIA/ Estudante com paralisia cerebral dribla dificuldade motora e faz "monografia falada"

Entre o fim da faculdade de jornalismo e o diploma, Eduardo Purper, 22, tem mais uma barreira: a monografia de fim de curso. As limitações motoras impostas pela paralisia cerebral o obrigariam a pedir que alguém digitasse o texto. Purper teve, então, uma idéia: fazer monografia "falada".

"Análise Semiológica de Narrações de Futebol", em áudio, será apresentada nesta terça-feira (24) no Centro Universitário Metodista IPA, em Porto Alegre (RS), onde Purper estuda.

Como não escreve nem enxerga, Eduardo Purper, 22, usa gravador como "bloquinho"
Se tiver o trabalho aprovado, Purper será o primeiro formado em jornalismo com paralisia cerebral no Rio Grande do Sul, segundo o sindicato dos jornalistas gaúcho.

"Mesmo com limitações físicas, ele cumpriu todos os processos propostos e foi além das expectativas", disse a doutora em semiologia Mariceia Benetti, orientadora do projeto.

O formato do trabalho, ensaio acadêmico gravado, também é inédito no Estado. O objetivo da pesquisa foi verificar os indícios de parcialidade dos narradores esportivos nas transmissões de futebol das rádios Gaúcha e Guaíba.

Rádio e futebol, aliás, são duas paixões de Purper. Ele faz estágio na rádio local IPA e produz o programa "A palavra é sua", semanal de entrevistas.

Superação

A baixa capacidade visual de Purper o levou a desenvolver alta capacidade de memorização. Desde a escola, faz provas orais, já que não enxerga nem escreve.

As "anotações" da monografia, Eduardo Purper tem todas "de cabeça".

As referência bibliográficas que teve de incluir no trabalho foram feitas com a ajuda do pai, Ricardo.

Foi ele quem leu em voz alta os livros de que Eduardo precisava e gravou os trechos que Eduardo julgava mais importantes.

"Em vez de sublinhar, como tu fazes quando lês, a gente gravava", disse Eduardo.

"Na verdade, cheguei até aqui porque tenho algo que muitos deficientes não têm: apoio da família. Sempre me ensinaram a não supervalorizar minhas limitações e explorar minhas capacidades", conta.

Além do trabalho e da faculdade, Purper também se dedica à ONG Pró-Inclusão, por onde dá palestras sobre deficiência e inclusão social.

*Com informações da assessoria de imprensa da Metodista

Fonte: http://www.uol.com.br/

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