O uso do hífen sofreu algumas alterações com a reforma ortográfica. Uma delas foi a eliminação do traço de união de antigos substantivos compostos ligados por preposição. Estão entre eles alguns termos bastante usados quando o assunto é futebol, como quartas de final, oitavas de final, meio de campo, ponta de lança etc.
Note-se que, enquanto meio de campo perdeu os hífens, meio-campo, sem a preposição, continua com o hífen, assim como meio-campista.
É digno de nota ainda o caso de ponta-esquerda e ponta-direita, com hífen quando designam os jogadores que atuam na ponta esquerda e na ponta direita do campo, respectivamente.
Entendido isso, convém que o redator fique atento à grafia de lateral esquerdo e de lateral direito, sem hífen, mesmo designando os jogadores, não a área do campo. Observe-se que, ponta-direita e ponta-esquerda são substantivações do nome da área na qual os jogadores atuam, tanto que as palavras “direita” e “esquerda” ficam no feminino (mesmo gênero de ponta). Não é isso o que ocorre com lateral esquerdo e lateral direito, sem hífen, em que “esquerdo” e “direito” vão para o masculino quando se trata dos jogadores.
Em suma, para fazer referência às áreas do campo, escrevemos a ponta esquerda e a ponta direita, a lateral esquerda e a lateral direita, mas, para fazer referência aos jogadores, escrevemos o ponta-esquerda e o ponta-direita, o lateral esquerdo e o lateral direito.
Na sugestão abaixo, procurou-se evitar o uso do pronome átono (“se”) depois da vírgula sem haver situação que leve à próclise:
Caso Muricy Ramalho opte pela formação 4-4-2, Júlio Cesar deverá formar o meio de campo com Valencia, Diguinho e Conca. Desde que perdeu a vaga para Carlinhos, o lateral esquerdo se diz preparado para voltar ao time em posição diferente.
Fonte: UOL Educação
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